Há mágoas íntimas que não sabemos distinguir, por o que contêm de subtil e de infiltrado, se são da alma ou do corpo, se são o mal estar de se estar sentindo a futilidade da vida, se são a má disposição que vem de qualquer abismo orgânico - estômago, fígado ou cérebro. Quantas vezes se me tolda a consciência vulgar de mim mesmo, num sedimento torvo de estagnação inquieta! Quantas vezes me dói existir, numa náusea a tal ponto incerta que não sei distinguir se é um tédio, se um prenúncio de vómito! Quantas vezes...
..."Livro do Desassossego" de Bernardo Soares, 2-11-1933
1 comentário:
...gostav de ter lido o teu escrito...mas nao sei...troquei os olhos...
terá sido da cor?
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